A ascese(tápas),o estudo(swádhyáya)e a devoção ao Senhor(ishwara pránidhána)[constituem] o Yoga da ação.(KriyáYoga).
DeRose:Auto superação ,auto estudo e auto entrega constituem o Kriyá Yoga.
Comentário (Sylvia ) : Tapas ,Swádhyáyá e íshwára pranidhána são também, o alicerce no Yoga (prescrições éticas)
Comentário:Tanto a palavra kriyá quanto a palavra Karma significam "Ação",mas o Kriyá Yoga e diferente que o Karma Yoga do Bhavagad Gitá .O Karma Yoga, como já vimos, é o caminho da inação na Ação. ou da atividade ego- transcendente. O Kriyá Yoga de Pátañjali é o caminho da identificação extática com o Si-Mesmo,pela qual os ativadores subliminares(samskáras)que geram e mantém a consciência individuada vão sendo gradativamente eliminados.
Samádhi bhávanárthah klêsha tanukaranárthash cha. 2-2
Esse Yoga tem a finalidade de cultivar o êxtase e também de atenuar as causas da aflição(klesha)
DeRose: Essas observâncias também ajudam a atenuar os obstáculos para atingir o samádhi.
Comentário( Sylvia): o processo evolutivo que acontece através das técnicas doYoga estão diretamente relacionada com essas observâncias que bem trabalhadas sutilizam as aflições .
Avidyásmitá rága dvêsháabhinivêshah klêsháh. 2-3
A ignorância,a noção do eu,o apego,a aversão e a vontade de viver são as cinco causas da aflição.
DeRose: Os obstáculos são : a incultura, o egotismo,a exaltação das paixões,aversão injustificada e o excessivo apego à vida.
Comentário: As palavras que designam essas cinco origens do sofrimento ,em sânscrito são: avidya,asmitá,rága,dvesha e abhinivesha.
Avidyá kshêtram uttarêshám prasupta tanu vicchinnôdáránám. 2-4
A ignorância é o campo das outras [causas que podem estar ]
adormecidas,atenuadas,interrompidas ou ativadas.
De Rose : A incultura é o campo onde nascem os demais obstáculos,acima citados,que estejam eles adormecidos,atenuados,reprimidos ou ativos.
Comentario Sylvia a obscuridade é a causa de todas as aflições , do desespero da Humanidade que só vê o que não é para ser visto.
Anityáshuchi duhkhánátmasu nitya shuchi sukhátmakhyatir avidyá. 2-5
A ignorância consiste em ver aquilo que é eterno ,puro e jubiloso e associado ao Si-Mesmo como transitório,impuro ,doloroso e [associado ao ] não Si- Mesmo( anatmam)
DeRose: A incultura consiste em supor perenidade no perecível, pureza no impuro, felicidade na dor ,ser no não ser .
Comentário: O não Si- Mesmo (anatmam) é a personalidade egóica e o ambiente externo.
Comentario Sylvia : Avidya ( a incultura) é supor que a realidade é real ,vista , sentida e até compreendida.
Drg darshana shaktyôr êkátmatêvásmitá.2-6
A noção do eu e´como que a identificação da faculdade de ver (darshana)com aquele que vê(drik)[i.e, O Si - Mesmo.
DeRose: Egotosmo é quando se confunde o poder vetor com o poder ver.
Comentário da Sylvia : O princípio da egoidade é Buddhi(intelecto) enquanto voltado para o universo exterior, assume por intermédio das faculdades a forma cambiante das impressões das ações e dos diversos pensamentos, e permanece instável e agitada . Esse próprio movimento e processo da vida que impede o discernimento a realidade.
A discriminação e a ignorância pertence ao Buddhi que tem agora dupla função: aprisiona o ser desprovido da discriminação e o afasta do "conhecimento real" e liberta aquele que possui sabedoria discriminativa.
conhecimento real: sua própria identidade,o não Si-Mesmo,o não sou.
Sukhánushayí rágah. 2-7
O apego[ é que] repousa sobre o prazeroso.
DeRose: A paixão deriva do prazer.
Comentário da Sylvia : Paixão é o apego ao prazer
Aparigraha (desapego)é uma ética dentro do Yoga ...você compreende esse desapego durante a prática tornando o próprio momento.Um momento de compreensão real da sua existência .
Duhkhánushayí dwêshah 2- 8
A aversão [é o que ]repousa sobre o doloroso.
DeRose: A aversão deriva da dor.
Comentário da Sylvia : Ahimsa é um yama muito importante .Assimilando essa ética eliminam- se todas as hostilidades. É imprescindível trabalhar essa proscrição ética dentro do Yoga para alcançar estados de consciência( intuição linear -samádhi para conquistar a libertação (moksha ): a meta do Yoga
Swarasavahí vídhusho`pi samarúdhô bhinívêshah 2-8
A vontade de viver correndo[por sua] própria propensão(nasa),esta assim arraigada até mesmo nos sábios.
DeRose:O apego a vida é natural e está presente até no sábio .
Comentário: A vontade de viver(abhinivesha) é o impulso para existência individuada.É, como tal,uma das principais causas do sofrimento ,segundo o Yoga tem de ser transcendida.
Comentário da Sylvia : interessante que essa vontade de viver implica medo por que esta ligada a morte.Morte esta que é vista como fim .Fim do que? fim para quem acredita que o "eu faz" o "eu pensa"o " eu vê", o "eu morre...O eu individuado vive o maya (ilusão ) A Prakrtti é um grande banquete .
Tê pratiprasava hêyáh sukshmah 2-10
Essas [ causas da aflição],[em sua forma] sutil,devem ser superadas pelo [processo de]involução(pratipnasava)
DeRose: Estes obstáculos podem ser sutilizados e eliminados .
Comentário da Sylvia : O Yoga é o caminho, é o veículo para transcendência e elimina os obstáculos
Comentário: Os componentes básicos da Natureza(prakrtti)são três qualidades(guna),a saber o princípio dinâmico(rajas),o princípio inércia(tamas) e o principio luminoso(sattwa) A interação desses três princípios cria todo cosmo manifesto.A libertação é concebida como a inversão desse processo,pela qual os aspectos manifestos dos componentes primários(guna)reduzem-se de novo ao fundamento transcendente da Natureza .Esse processo leva a dominação técnica de "involução"(pratiprasava)
Dhyána hêyás tad vrttayah. 2-11
As flutuações dessas[causas de aflição]devem ser superadas pela meditação(dhyána)
DeRose: A meditação elimina tais vrttis.
Klêsha mulah Karmáashayô drshtádrshta janmavêdaníyáh. 2-12
A s causas dessa aflição são a raiz do" depósito de ação" ,e [este]pode se manifestar no nascimento visível[i.e nessa vida]ou num invisível[i.e.numa existência futura]
DeRose: O karma tem suas raízes nos obstáculos e é experimentado tanto no nascimento objetivo quanto no subjetivo.
Comentário: O termo técnico Karma-asharya(deposito de ação")designa a carga karmica do individuo,isto é a carga de ativadores subliminares(samskaras)que geram e definem a pessoa.
Comentário da Sylvia : o corpo sutil registra essa carga kármica e define futuras experiências.
Sati Múlê tad vipákô jatyáyúr bhogáh 2-13
[Enquanto]existe a raíz, [ colhe se] o fruto dela: o nascimento, a vida ,as sensações(bhoga) .[N.doT:em inglês experience. A palavra sãnscrita bhoga é difícil a tradução.Designa o ato do ser que recebe,está passivo perante as ações de outros seres. As palavras "sentir" ou "sensação"
, portanto,devem,nessa acepção,ser tomadas no sentido o mais lato possível.]
DeRose : Permanecendo a existência das raízes,permanecem as conseqüências Karmicas que vão determinar tudo : o nascimento, a própria vida e as suas experiências.
Tê bláda paritápa phaláh punyápunya hêtutwát. 2-14
Essas [três coisas ]tem como resultado o prazer ou a dor , de acordo com as causas [que podem ser]meritórias ou demeritorias
DeRose: Estas produzem alegria ou dor conforme sua causa seja virtude ou vício.
Comentário da Sylvia : é importante trabalhar santôsha (contentamento ).Contentar-se com a experiência que foi nos dada e assim ,a dor desaparece ,é eliminada . Santôsha é uma prescrição muito importante .
obs: não implica a conformismo. Santôsha e ishwara pranidhana(contentamento e auto entrega) é a uma via para discriminação
Parináma tápa samskára duhkair guna vrtti virôdhách cha duhkham êva sarvam vivêkinah 2-15
Em virtude do sofrimento[inerente ]às transformações (parinâma)[da Natureza],à pressão (tapa)[da existência ]e aos ativadores(samskára)[embutido no fundo da consciência].e em virtude do conflito entre flutuações das qualidades(guna)[da Natureza - para o homem de discernimento tudo é sofrimento (duhkha)
DeRose: Para aquele que discrimina ,tudo provoca a dor , seja devido antecipação do sentimento de perda, ou a novos desejos produzidas pelos sámkáras, ou, ainda ,a conflitos entre os gunas.
Comentário: O conceito de "transformação "é decisivo para filosofia do Yoga.É o desenvolvimento da noção natural de que todas as coisas estão em constante mudança. Só o Si Mesmo transcendente é eternamente estável.Para o Yogin de discernimento(vivekin),o mundo finito,o mundo da perpétua mudança,é o mundo de sofrimento,pois a mudança acarreta a inevitável perda das coisas desejáveis e a obtençaõ das indesejáveis- acarreta portanto, a infelicidade.
Comentário da Sylvia : a infelicidade para um Yogin é um caminho de libertação .O Yogin tem o discernimento "que tudo que é, não mais é" , e tudo esta em mudança ...
Hêyam duhkham anágatam. 2-16
O que se há de superar é o sofrimento futuro.
DeRose: A dor que ainda surgiu pode ser evitada.
Drashtr drshyayôgô samyogo hêya hêtuh 2- 17
A correlação (samyoga)entre aquele que Vê[i.e,o Si Mesmo transcendente ]e o que é Visto[i.e A Natureza] é a causa do que se há de superar
DeRose: A causa dessa dor que pode ser evitada é a identificação do Vedor com o visível.
Comentário : A relação entre o S i Mesmo transcendente e o mundo ,o qual inclui a mente ,(que não é um aspecto do Si Mesmo, mas uma parte da Natureza)é bastante real no que se refere à nossa experiência imediata No entanto não é" realemnte real",pois o Si-Mesmo e a Natureza são eternamente distintos um do outro .A aparente correlação (samyoga)ou identificação errônia entre o Sujeito transcendente e o mundo objetivo que se oferece a experiênciaé devido a ignorancia espiritual(avidya)e deve ser superada.
Comentário(Sylvia) : o veiculo é ilusório , a experiência é pura ilusão que só acontece na consciência individuada e o Purusha sempre será indiferente a essa experiência ou melhor ele não reconhece a experiência , só assiste;apesar de parecer confundido pela Prakrtti.
Superar é ter discernimento da ilusão. o Yoga é o caminho , é essa superação .A dualidade desaparece junto com a ignorância da sua própria existência.
Prakásha kriyá sthiti shitam bhutêndriyátmakam bhôgápavargártham drshyam 2-18
O que é Visto [i.e,aNatureza]tem o caráter de luminosidade,atividade ou inércia;esta incorporado nos elementos e orgãos dos sentidos e suas finalidades [sao]a fruição(bhôga)ou a emancipação(apavarga).
DeRose :O visível existe para emancipação do Vedor.O visível consiste na relação dos elementos prakasha-kriyá- sthiti(luminosidade-atividade-estabiidade)com os bhútêndriya.
Comentario : A Natureza na forma da mente Humana ,tem duas tendencias.Por outro lado,é feita para a "fruição" , e implica um sujeito egóico que é polo passivo dos acontecimentos desejáveis e indesejáveis. Por outro lado,também permite processos que levam a transcendência do ego e todas as experiências.Isso se explica pela doutrina das tres qualidades (guna) ou componentes da Natureza.Enquanto as qualidades de atividade(rajas)e da inércia(tamas)tendem preservar a ilusão egóica, a predominância do fator lúcido(sattwa)cria as précondições necessárias para libertação.
Por isso Yôgin busca cultivar as condições e estados satwicos.
Vishêshavishêshalingámátrálingáni guna parváni 2-19
Os níveis dos componentes(guna)da Natureza são o Particularizado,o Não Particularizado,o Diferenciado e o Indiferenciado
DeRose :Os gunas estão presentes em tudo,em escala particular e geral ,visível e invisível.
Comentário:O corpo e a mente do Homem são uma forma particularizada da Natureza.As faculdades sensoriais(som,visão,audição, etc ) e a noção do eu(asmitá de Pátañjali)pertence ao nível não- particularizados da manifestação cósmica.Ainda mais sutil é o nível da primeira forma diferenciada a surgir no fundamento indiferenciado da Natureza.O máximo que se pode dizer dessa "forma" é que ela existe e nela predomina a qualidade sattwa.Além disso, subsiste a Consciência-Testemunha transcendente,o Si-Mesmo.
Drashtá drshimátrah shuddhô`pi pratyayánupashyah. 2 -20
Aquele que Vê,[que é]a pura [potência da ]visao,embora puro,percebe as idéias [presentes na consciência]
DeRose:O Vedor somente vê,e embora puro,experiência através da inteligência(no sentido de consciência)
Tad artha êva drshyasyátmá 2-21
O Si-Mesmo [i.e,a essência]do que é visto[i.e,A Natureza]só é em vista d Aquele [que Vê,O Si-Mesmo transcendente]
DeRose : O visível existe apenas em função do Vedor.
Comentário: Esse Aforismo reforça a idéia,apresentada acima(2-18),de que a Natureza serve a propósitos do Si Mesmo.
O mundo da Natureza pode ser usado quer para o gozo das experiências,quer para que o ser se lance para realização do Si-Mesmo,além de todos estados condicionados da existência.
Krtártham prati nashtam apy anashtam tad anya sádháranatwát. 2-22
Embora [o que É Visto]tenha deixado de existir para aquele cujo o objetivo foi realizado ,ele porem não deixou [de existir de todo],pois,[ainda é]objeto de percepção comum(sadharanatva}dos outros [que não são iluminados].
DeRose :Conquanto o visível deixe de existir pra quem tenha atingido seu objetivo ,continua existindo para os demais ,pois é comum a todos .
Swa swámi shaktyôh swarupôpalabdhi hêtuh samyogah 2-23
A correlação samyoga[entre o que Vê e o que É Visto]é a razão da apreensão da forma essencial do poder do "possuidor"(swamin) e do possuído(swa).
DeRose: A União (entre o Purusha e a Prakrti) conduz à consciêntização da Naturezada energiado possuidore da do possuido.
Tasya Hêtur avidyá 2-24
A causa dessa correlação é a ignorância.(avidya).
DeRose: A causa dessa União é a Ignorância.
Tad abhávát samyôgábhavô hánam tad drshêh kaivalyam. 2- 25
Com o desaparecimento dessa[ignorância],a correlação[também]desaparece,isto é,a cessação[total],a solidão(kaivalyam)da Pura potência da Visão.
DeRose: quando ela é eliminada tal união desaparece e o Vedor é liberado.
Vivêka khyátir aviplavá hánôpáyah. 2-26
O meio de [alcançar a] cessação é a ininterrupta visão do discernimento(Vivêka khyátir)
DeRose:O meio de destruir a ignorância é o constante discernimento.
Tasya saptadhá pránta bhumih prajña. 2-27
Para aquele[que possui a ininterrupta visão do discernimento,nasce ,no último estágio,a sabedoria (prajña )sétupla
DeRose:O conhecimento é alcançado mediante a 7 passos.
Comentário: De acordo com o Yoga-Bhasya de Vyása, os sete aspectos dessa sabedoria são os seguintes:
- aquilo que deve ser evitado,isto é,o sofrimento futuro ,já foi devidamente identificado
- as causas do sofrimento já foram eliminadas de uma vez por todas
- através do "extase da contenção"(nirôdha-samádhi),chegou se por fim à absoluta cessação de todos os conteúdos da consciência.
- o meio de cessação,isto é,a visão do discernimento,já foi devidamente aplicado
- alcançou se a sabedoria do intelecto incriado(buddhi)
- as qualidades(guna)perderam todos os seus pontos de apoio e,"como rochas que se despencam montanhas abaixo",tendem à dissolução(,pralaya),isto é , à plena reabsorção no fundamento transcendente da Natureza
- o Si-Mesmo subsiste em sua natureza essencial,imaculado e sozinho (Kaivalyam)
Através da Prática dos membros do Yoga,e com a redução das impurezas,[brilha]o fulgor da sabedoria(jnána),[que aumenta até chegar]à visão do discernimento.
DeRose : Com a prática dos diversos angas(partes) do Yoga, destroem- se as impurezas, e o conhecimento torna-se pleno de discernimento
Yama niyama ásana pránáyáma,pratyahára,dharana dhyana samádhayô`shtáv angání.2-29
A disciplina (Yama), o auto controle (Niyama), a postura(ásana), o controle da respiração(pránáyáma), o recolhimento dos sentidos (pratyáhára), a concentração( dháraná), a meditação(dhyána) e o extase(samádhi) são os 8 membros [do Yoga ].
DeRose: Proscrições e prescrições éticas,posições físicas,respiratórios,abstração dos sentidos ,concentração mental,meditação e Hiperconsciência ,são as oito partes do Yoga.
Ahimsá satyaastêya brahmácharya aparigrahá yamah 2-30
A não violencia ,a veracidade,o não roubar,a castidade e o não cobiçar são as diciplinas
DeRose:As proscrições éticas são : não agredir,não mentir,não roubar,não dissipar a sexualidade,não ser possessivo.
Comentário da Sylvia: Um sábio vê uma ética enquanto o ignorante precisa ver cinco(2-30)(2-32)
Játi dêsha Kála samayánavacchinnáh sárvabhauma mahá vratam. 2- 31
[São válidos] em todas as esferas ,independente do nascimento,lugar,tempo e circunstancia,[e constituem]o "grande voto"(máha vratta).
DeRose :Estas proscrições éticas são um grande voto,aplicável a todos os casos, e não estão limitadas por castas ,lugar ,tempo ,nem circunstâncias.
Sauchan santôsha tápáh swádhyáyêshwára pranidhánáni niyamah 2-32
A pureza,o contentamento,o ascese,o estudo e a devoção ao Senhor são formas de autoconhecimento.
DeRose: As prescrições éticas são : limpeza,alegria,auto- superação,auto-estudo e auto-entrega.
Vitarka bádhanê pratipaksha bhávanam. 2-33
Para repelir noções(vitarka)[perniciosas],[o Yogin deve dedicar-se ao] cultivo do oposto[delas]
DeRose :Quando surgirem pensamentos indesejaveis, estes podem ser vencidos convivendo se com seus opostos
Vitarká himsádayah krta karitánumôditá lobakrôdha môha púrvaká mrdu madhyádhimátrá dubkhájnánananta phalá ití pratipaksha bhávanam. 2-34
Noções[ perniciosas ],[como] a violência,etc, quer sejam praticadas de fato,quer se ordene que sejam praticadas,quer sejam[simplesmente]aprovadas;quer nasçam da cobiça,quer da ira,quer do tédio;quer sejam pequenas,medias ,quer excessivas-[sempre tem a sua] infindável consumação na ignorancia(avidyae no sofrimento(duhka); e por isso,[o yogim deve dedicar -se] a cultivar o oposto delas.
DeRose: Os pensamentos indesejáveis ,assim como os de agressão, quer sejam cometidos,permitidos ou causados pela avareza,cólera ou engano, que sejam moderados,médios ou grandes,são frutos da ignorância e sempre terminam em sofrimento.Por isso é necessário convivermos com seus opostos
Ahimsá pratishtháyam tat sammidhau vaira tyágah 2-35
Quando o Yogin se firma na[ virtude da] não violencia (ahimsá),[toda]discórdia se acaba na sua presença
DeRose: quando se vivência a não agressão , a Hostilidade desaparece em nossa presença.
Satya pratishtháyám kriyá phaláshrayatwam. 2-36
Quando se firma na veracidade (satya), a ação [ e sua]fruição passam a depender [da sua vontade]
DeRose: Quando se faz uso estrito da verdade,obtém-se resultados,mesmo sem tomar nenhuma atitude concreta.
Astêya pratishtháyám sarva ratnôpasthanam. 2-37
Quando o Yogin se firma no não roubar(astêya),todos os tesouros surgem [à frente dele]
DeRose: Quando se observa a honestidade ,toda riqueza é atraída.
Brahmácharya pratishtháyám vírya lábhah. 2-38
Quando se firma na castidade brahmácharya ,adquire [grande]vitalidade.
DeRose :Quando se observa a não dissipação da sexualidade,obtém-se uma grande potência.
Aparigraha sthairyê janma kathamtá sambôdhah 2-39
quando se firma no não cobiçar(aparigraha)[o yogin obtém]o conhecimento de onde se verificaram os [seus]nascimentos.
DeRose: quando se observa a não possessividade ,compreende-se o sentido da vida.
Sauchát swánga jugupsá parair asamsargah. 2-40
Através da pureza(sauchan),[obtém] o distanciamento(jugupsá) em relação a seus próprios membros[e adquire também o desejo de ] não ser contaminodo pelos outros.
DeRose: Quando se observa a limpeza do próprio corpo,ocorre a aversão pelo contato físico com outros que não a observem.
Sattwashuddhi saumanasyaikágryêndrya jayátmadarshana yôgyatwáni cha.2-41
obtém alem disso], a pureza da [qualidade]sattwa[do seu ser],a gratidão, a concentração, o domínio dos orgãos dos sentidos e a capacidade de ver o Si-Mesmo
DeRose: com a purificação,advém a clareza mental,o poder de concentração, o dominio dos sentidos e a aptidão para perceber o Si-Mesmo.
Santôshád anuttamah sukha labhah 2-42
Através do contentamento (santôsha) obtém-se uma alegria inigualável.
DeRose:A observância da alegria constante conduz a superlativa felicidade.
káyêndrya siddhir ashuddhi kshayát tápasah 2-43
Através da ascese(tapas), e me virtude da diminuição da impureza ,[alcança-se] a perfeição do corpo e dos orgãos dos sentidos
DeRose: A auto-superação produz a destruição das impurezas , o que conduz ao aperfeiçoamento da sensibilidade corporal.
Swádhyáyád ishta dêvatá samprayôgah - 2-44
Através do auto-estudo(swádhyáya),o yogin estabelece] contato com a divindade da sua eleição(ishwára-dêvata)
DeRose: O auto-estudo predispõe ao contato com as potestades propiciatórias.
Comentário: Muitas escolas de Yoga encorajam o praticante a cultivar um relacionamento ritual com a Divindade sob forma de vishno,shiva,krishna ,kali ou alguma outra personagem tradicional ,que se torna então a divindade escolhida pelo Yogin.
Samádhi siddhir íshwara pranidhánát 2-45
Atraves da devoção ao Senhor (ishwára pranidhána)[sobrevém]a obtenção do extase[sura consciênte]
DeRose: Pela auto entrega advém o aperfeiçoamento da hiperconsciência.
sthira sukhan ásanam 2-46
A postura(ásana )deve ser firme e confortável.
DeRose: A posição física deve ser firme e confortável.
Prayatna shaithilyánamta samápattibhyám. 2-47
[A prática correta da postura é marcada]pelo relaxamento das tensões e a coincidencia da [ consciência]com o infinito.
DeRose:Ela é dominada quando se elimina a tensão e medita-se no infinito.
Tatô dwand wánabhigjátad 2-48
Daí vem a imunidade aos opostos (dwadwa)[encontrados na Natureza como o calor e o frio]
DeRose: Como conseqüência a dualidade cessa.
Tasmin sati shwása prashwásayôr gatí vicchêdah pránáyámah. 2-49
Quando isso é [alcançado].[deve-sepraticar]o controle da respiração,[que é ] a interrupção do fluxo da inalação e exalação.
DeRose: Isso é obtido,o passo seguinte é pránáyáma que consiste em controlar o processo de inspirar (shwása) e expirar (prashwása)
Báhyábhyantara stambha vrttir dêshakála samkhyábhih paradrshtó dirghasúkshmah. 2- 50
Quanto ao seu movimento,[o controleda respiração é]externo,internoou [fixo][e é],regulado pelo lugar,pelo tempo,pelo numero;[pode ser] dilatado ou contraído].
DeRose :As modificações da repiração compreende:
1-a respiração externa (bahya),interna (abhyantara),ou retida(stambha)
2-estão reguladas pelo comprimento do alento(dêsha),tempo(kála)e numero (samkhya)de respirações
3-e o exercício poder ser de longa(dírgha)ou curta(súkshma)duração.
Bábyábhyantara vishayákshêpí chaturthah 2 -51
O [movimento da respiração]que transcende a esfera externa e interna é o "quarto".
DeRose:O quarto tipo de pránáyáma está além da inspiração e expiraçao
Comentario: Esse obscuro aforismo deu margem a interpretações diversas.Provavelmente refere-se a um fenômeno especial que acontece no estado de extase (samádhi).Nele, a respiração pode ficar tão reduzida e tão sutil que não pode ser mais detectada.Esse estado de respiração suspensa pode manter-se por longos períodos.
Tatah koshíyatê prakáshávaranam 2 52
Então desaparece o véu que encobre a Luz (interior)
DeRose: Com isso,desvenda-se a Lucidez.
Dháranású cha yogyatá manasah 2-53
Eo[yogin adquire ]aptidão mental para concentração.
DeRose : E a mente torna-se mais apta para concentração(dháraná)
Swa vishayásamprayôgê chittasaya swarúpánukára jvêndriyánám pratyáhárah 2-54
O recolhimento dos sentidos é como que a imitação da forma essencial da constancia [por parte] dos orgãos dos sentidos ,que são separados dos seus objetos.
DeRose:Quando os sentidos já não estão em contato cpm seus objetos e assumem a própria natureza de chitta, isto é pratyáhára.
Tatah paramá vashyatêndriyánám. 2- 55
Daí [resulta] a suprema obediência dos orgãos dos sentidos.
DeRose: Com isso, obtem-se total controle dos sentidos.