Praticar Yoga é descobrir fortalecer sua própria identidade.É identificar-se consigo mesmo.Pensar com sua própria cabeça e observar o mundo por sua própria e única perspectiva.É quebrar e romper barreiras sociais.É também ser livre para agir .É mudar .
Enfim , é revelar a perfeição que existe nato em nós.
Yoga não é teoria , é pura realização.

Olá visitantes

Comece lendo esse blog de baixo para cima
primeiro o Sámkhya e depois os sútras de Pátañjali .
Os sútras estão primeiro na sua lingua original (sânscrito ) acompanhado das traduçôes de George Feuerstein e Mestre DeRose .Em seguida em alguns sútras comentários de George Feuerstein e comentarios meus
Espero que seja de grande utilidade para aqueles que buscam a verdade e a compreensão da sua existencia.

terça-feira, janeiro 27, 2009

resumo do Samkhya

Filosofia Samkhya
Por Joseph Le Page



Era uma vez um planeta chamado Purusha. Pode-se dizer que Purusha era um lugar perfeito, onde todos viviam felizes. Lá não havia tempo nem espaço e todos os habitantes sentiam-se absolutamente completos. O único problema do Planeta Purusha era que lá não havia espelho algum, e sem espelhos, os habitantes desse planeta não podiam ver a si mesmos e nem conhecer a si mesmos, porque em Purusha não havia a noção de separação um do “outro”.
Um dia, os habitantes do Planeta Purusha ouviram falar de um planeta distante chamado Prakriti, onde era possível conhecer a si mesmo em um mundo de dualidade, vivendo como um ser individual, cada um com sua própria identidade.
Este mundo de dualidade poderia ser percebido através dos cinco sentidos: audição, tato, visão, paladar e olfato. Ao visitar Prakriti, os cidadãos de Purusha poderiam continuar sentindo toda paz e alegria, e ao mesmo tempo também conhecer a si mesmos. Após essa jornada de investigação e aprendizagem, retornariam para casa mais conscientes de sua identidade real – cidadãos do Planeta Purusha.
Para viajar para o Planeta Prakriti, o povo de Purusha precisava de aeronaves especiais que pudessem resistir à atmosfera de Prakriti. Então, construíram aeronaves dos mesmos cinco elementos que compunham o Planeta Prakriti: terra, água, fogo, ar e espaço.
Cada aeronave foi construída artesanalmente, com características particulares que seguiam três modelos básicos chamados Vata, Pitta e Kapha.
As aeronaves Kapha eram densas e sólidas; as aeronaves Pitta eram possantes e perfeitas; e as aeronaves Vata eram leves e rápidas.
Cada aeronave era constituída de três componentes básicos: a estrutura da nave em si chamava-se corpo físico, o piloto responsável por dirigir a nave chamava-se mente, e o passageiro principal chamava-se alma, o espírito que leva consigo a essência da felicidade e completude do Planeta Purusha.
A ida para o Planeta Prakriti e a volta para Planeta Purusha seria possível somente através da integração completa de Corpo, Mente e Espírito.
Antes de sair para a jornada ao Planeta Prakriti, os habitantes do Planeta Purusha instalaram uma potente antena transmissora para que eles pudessem sempre manter contato com seu Planeta. Essa antena chamava-se Mahat, que significa “o Grande”. Cada aeronave tinha também um computador de bordo super-inteligente, chamado Buddhi, que quer dizer inteligência suprema, para garantir que o piloto da nave sempre tivesse em contato com o Planeta Purusha.
Todas as aeronaves partiram de Purusha ao mesmo tempo, mas cada uma teve sua trajetória única. As aeronaves Kapha, pesadas e lentas, seguiram a viagem em um ritmo constante. As aeronaves Pitta, concebidas para ter um desempenho perfeito, às vezes perdiam tempo em detalhes desnecessários. As aeronaves Vata fizeram a viagem mais emocionante, explorando diferentes universos e planetas, mas muitas vezes esqueciam onde tinham deixado as chaves e perdiam muito tempo procurando. Mas no fim da viagem, todas as aeronaves chegaram ao Planeta Prakriti ao mesmo tempo.
Ao se aproximarem de Prakriti, os pilotos prepararam os equipamentos e as ferramentas necessárias para a tão esperada temporada de exploração. Um conjunto de equipamentos chamado de jnanaendriyas servia para receber informações no Planeta Prakriti. Jnanaendriya quer dizer ferramentas para obter conhecimento no idioma do Planeta Purusha, chamado sânscrito. Os jnanaendriyas constituem os cinco sentidos: audição, visão, olfato, paladar e tato. Havia também equipamentos chamados karmendriyas, que permitiam que cidadãos de Purusha pudessem executar ações no Planeta Prakriti, tais como falar, se movimentar, pegar objetos, eliminar resíduos da nave, e até mesmo procriar novas “naves-bebês”. Com todos estes equipamentos, nada poderia atrapalhar a viagem de investigação e autoconhecimento no Planeta Prakriti.
Ao chegarem na atmosfera do Planeta Prakriti, as naves atravessaram uma série de tempestades inesperadas, repletas de turbulência, chamadas tempestades rajas, que quer dizer forte turbulência. Também atravessaram intervalos de calmaria, chamados tamas, onde nada se movia. Esses ciclos de rajas e tamas eram intercalados com breves momentos de equilíbrio perfeito chamados sattva, quando a viagem fluía bem, sem qualquer esforço.
Todas as aeronaves finalmente aterrissaram no Planeta Prakriti, mas a viagem foi muito estressante. A maioria dos pilotos ficou com amnésia crônica, esquecendo sua missão original de exploração e autoconhecimento. Esses pilotos ficaram deslumbrados com as experiências do Planeta Prakriti, não mais se lem-brando de sua identidade original como cidadãos do Planeta Pususha. Os sistemas de comunicação inteligentes, buddhi, ficaram enferrujados por falta de uso, e sem buddhi funcionando adequadamente, os pilotos perderam contato com a Grande Antena Mahat, e consequentemente com o Planeta Purusha.
Com o passar do tempo, os cidadãos de Purusha passaram a acreditar que eram cidadãos do Planeta Prakriti, com personalidades próprias. Passaram a pensar que estavam em Prakriti apenas para desfrutar das vitrines dos diversos shoppings, andando em círculos, consumindo combustível e reproduzindo navezinhas. Esta condição de amnésia se chamava de avidya e este círculo vicioso de avidya denominava-se samsara.
No entanto, alguns poucos pilotos continuavam se lembrando da sua verdadeira cidadania e missão. Eles eram chamados de Rishis ou videntes e tinham a capacidade de ajudar os pilotos-esquecidos a saírem do padrão de tráfego circular do Planeta Prakriti e voltarem a se reconhecer como cidadãos do Planeta Purusha. Aqueles que decidiram retornar à sua identidade original precisavam primeiro consertar suas naves devido ao estresse crônico que sofreram com o uso excessivo dos jnanaendriyas e karmendriyas.
Os reparos eram realizados em oficinas que utilizavam uma ciência chamada Ayurveda, especializada em reequilibrar os cinco elementos, matéria-prima das naves. Às vezes, os sistemas das naves estavam tão entupidos e desequilibrados que ti-nham que passar por um serviço de limpeza completo chamado Panchakarma. Depois das naves terem passado por esse tratamento completo, sentiram a necessidade de ter em mãos um manual de instruções que os guiasse no caminho de volta à Purusha. Um dos mais conhecidos e eficientes manuais de retorno foi aquele compilado por um sábio chamado Patanjali. O nome do manual chamava-se Ashtanga Yoga, um manual que continha os Oito Passos de retorno à Purusha, descritos a seguir:
Os dois primeiros passos, Yama e Ni-yama, descreviam como os pilotos deveriam se comportar na viagem de volta.
O terceiro passo, chamado Asana, era necessário para assegurar que as estruturas das aeronaves permaneceriam estáveis e firmes para que a viagem fosse confortável e segura.
O quarto passo, Pranayama, dava as instruções sobre o adequado abastecimento e distribuição de energia durante a viagem.
O quinto passo, Pratyahara, consistia em remover a atenção dos pilotos de todas as distrações do Planeta Prakriti, para que pudessem se concentrar na missão de volta ao Planeta Purusha.
O sexto passo, Dharana, estabelecia uma direção certa e contínua, rumo ao Planeta Purusha.
O sétimo passo, Dhyana, ou meditação, descrevia um estado ideal de vôo no qual todos os sistemas das naves (corpo, mente e espírito) estariam funcionando de forma integrada, guiados por Buddhi, em contato cons-tante com Mahat, mantendo de forma contínua uma comunicação clara com Purusha.
Através deste Manual dos Oito Passos de Patanjali, muitas naves puderam voltar para casa, e quando chegaram, reassumiram sua verdadeira identidade como cidadãos do Planeta Purusha, retornando para um estado de perfeita união, chamado Samadhi, o último passo.
Ao voltarem, no entanto, os cidadãos de Purusha já não eram mais os mesmos de quando haviam partido. Agora, esses cidadãos de Purusha possuíam a experiência do espelho do autoconhecimento. Eles conheceram o Planeta Prakriti, o mundo da dualidade, e então, retornando ao Planeta Purusha, tornaram-se plenamente conscientes de sua natureza intrínseca de paz e completude.
O aprendizado mais profundo dessa viagem, que é a jornada de todos aqueles que trilham o caminho do Yoga, é que Purusha e Prakriti são, na realidade, um só planeta, e que nós podemos viver a vida em estado de Purusha em meio ao mundo de Prakriti.

quinta-feira, janeiro 22, 2009

se o Purusha falasse

eu não entendo ,todos os dias ele acorda e não consegue me ver
agora completamente iludido ele pensa que a Pakrtti é sua maior posse e só quer diversão
essa diversão ilusória as vezes boa outras ruins ...essa felicidade que acaba em um instante e o sofrimento eterno da perda da felicidade ...essa não é sua realidade ...sai do teatro que a peça acabou...o que vc esta fazendo ai? ...tento acorda lo todos os dias através de uma pratica chamada Yoga e, quando você parar de pensar poderá ser você !poderá me ver !!!


Sylvia Palumbo Scrocco

para entender de maneira ludica o Buddhi

imagine uma xícara cheia de chai !
quebre a xícara
olha que interessante, a xícara muda sua forma já não é a mesma ,mas o chai será sempre chai mesmo que você limpe e torça o pano, o chai esta ali, em tudo;como Purusha inabalável.
A xícara de chai é o Purusha refletindo na Prakrtti através do Intelecto ou Buddhi

quarta-feira, janeiro 21, 2009

A dupla função de Buddhi(intelecto)

Tanto a ignorância como a discriminação pertence a Buddhi e não ao Purusha.O espirito que ,mesmo continuando eternamente idêntico e imutável parecia ter seguido o ser individual em sua escravidão,sempre permanece inabalável,inafetado,imaculado pelo bem e pelo mal.Se o Purusha apareceu como afetado ou perturbado,essa aparencia era devido ao envoltório psíquico pelo qual estava associado até o momento da libertação- como a lua que vemos refletida na agua parece agitada e deformada pelo movimento da agua,enquanto a verdadeira lua fonte de nossa visão esta imóvel.Assim a libertação é uma mudança de perspectiva.quando a verdadeira perspectiva é restabelecida nenhuma impressão dessa associação permanece sobre o EU,já que o contato não era real. Da mesma forma que um cristal permite ver uma flor vermelha por transparência,sem que ele próprio se torne vermelho,em nenhum momento o Purusha deixou de ser ele mesmo.
Assim o Buddhi pelo desenvolvimento do sattwa recobra sua pureza original,que consiste em retidão,conhecimento desapego e poder e se eleva na intuição da realidade que restitui o eu a ele mesmo.Logo o Buddhi pode operar em duas direcções opostas:numa proporciona ao Purusa o gozo do universo material e mental e tem de reserva para ele uma infinidade de experiências possíveis,todas condicionadas.Na outra direção o Buddhi funciona pela libertação e a discriminação do Purusha e da Prakrtti.Essas duas orientações são as duas finalidades que o Samkhya reconhece.
Prakrtti aprisiona o ser individual desprovida da discriminação o afeta do seu conhecimento real projetando o ainda mais na identificação e na dispersão;e libera aquele que possui sabedoria discriminativa,levando ate o limiar da realização.Mesmo quando atrai o individuo deixa sempre o caminho aberto para o retorno.A possibilidade de desprender-se esta sempre presente:"A prisão não esta na natureza das coisas" operando conforme os casos como Maya ilusão ou como Buddhi alerta ,poder de obscurecimento ou de revelação.,Prakrtti e ao mesmo tempo a causa da ignorância e do conhecimento terrível ou redentora segundo a orientação do ser.Em ultima isntancia todas as atividades do Homem estão dirigidas seja ao gozo das experiências(bhoga),seja ao desapego em relação a estas(tyaga).Dentre os quatros objetivos da existência Humana distinguidos do pensamento indiano,os três primeiros: o prazer(kama),o ganho(artha)e a retidão(dharma),estão orientados dentro da primeira direção,a do Gozo, enquanto o quarto libertação(moksa),esta orientado na direção da Paz.E como o gozo e experiência são antecedentes necessários da libertação ,no qual mais cedo ou mais tarde devem desembocar,resulta que a finalidade de todo movimento e atividade é essa libertação.
É o acontecimento único em direçao a qual toda criação esta a caminho.Toda a instabilidade, insatisfação e a agitação que caracterizam o comportamento humano só chegam a um termo quando esse objetivo é cumprido.O ponto final da evolução para cada individuo é atingido quando ele realiza a natureza essencial do seu próprio Eu.Toda atividade da natureza só existe para esse desfecho.A realização do objetivo ultimo do Homem é a razão do ser ,da continuação do mundo manifestado.Desde que o Homem tenha atingido esse objetivo,o mundo manifestado se reabsorve para ele no não manifestado,na matriz primordial da qual se procedeu.mas isso somente para esse Homem,pois a outros seres encarnados (jivatmam) que ainda estão a caminho,uns atrás dos gozos terrestres,outros se esforçando se em direção ao conhecimento salvador.Para todos esses seres,o universo manifestado deve prosseguir.E sendo um numero deles indefinido,nunca sobrevirá um tempo em que não existirá um mundo manifestado objetivo,o que absolutamente não impede as dissoluções periódicas do universo,seguida de recriações em que todos os seres retornam a possessão dos seus respectivos Karman.

uma observação o" gozo" deve ser entendido num sentido mais amplo incluindo todas as formas de experiências pensar,agir,falar são gozos tanto quanto escutar, ver sentir cheirar etc....

sexta-feira, janeiro 16, 2009



"
I'm gonna suspend my senses.
I'm gonna destroy my ego.
I'm gonna delay my pleasure.
"
Madonna


"Sursum corda!!!Erguei as almas! Toda matéria e espírito."

Grande Fernando Pessoa

A Literatura e o Sámkhya


"Há entre mim e o mundo uma névoa que impede que eu veja as coisas como verdadeiramente são- como são para os outros. Sinto isso"

"Há entre mim e o real um véu
A própria concepção impenetrável."

"O abstrato Ser, abstrata idéia
Apagou se ,e,eu fiquei na noite eterna;
Eu e o mistério- face a face."

A libertação e a discriminação

A libertação do Homem consiste em ultrapassar o domínio dos três Guna,inclusive o Sattwa,em transcender a totalidade do mundo.
É uma libertação (Moksa)atingida quando não há mais nenhuma acumulação Karmica ( as impressões desaparecem). A perfeição é um estado que transcende a oposição dos três atributos(Guna).
Essa libertação só é possível pela discriminação que é como um desimpedimento progressivo do principio espiritual (Purusa) enterrado e submerso pela Prakrtti
Para por fim ao sofrimento, a miséria humana,o homem deve descobrir o que ele realmente é ,discernir seu verdadeiro eu de tudo o que recobre e oculta.Por isso a libertação no Samkhya é chamado kaivalya(o isolamento),no sentido de uma operação alquimia,,onde se pratica decantação e dissociação,até que tenha "isolado "um corpo puro,irredutível,desembaraçado de todas as suas escórias.
Pela discriminação,o conhecimento é despertado pelo Buddhi (O intelecto):"NADA É MEU","ESTE CORPO (SUTIL E GROSSEIRO) NÃO É MEU","NÃO HÁ EGO"",EU ESTOU ISENTO DO EGO"
.Esse conhecimento puro e absoluto,porque não deixa nada por conhecer,revela a verdadeira natureza do Purusa,eternamente distinto de todas as formações da Prakrtti,inclusive o Buddhi (intelecto e Ahamkara(noção do" eu" ou princípio da egoidade).
Quando o Purusa toma consciencia de sua independência cessa a submissão com a Natureza.Todos os elementos físicos,psíquicos que eram imputados erradamente ao Purusha,dele se desprende e são reabsorvidos.
"Como uma dançarina que para de dançar depois de ter desempenhado em cena seu papel,assim é a Natureza desaparece depois de manifestar se ao Espírito nos diferentes papeis do Buddhi(intelecto),do Ahamkara,dos elementos sutis e grosseiros.Tendo cumprido o seu papel,tendo sido reconhecida a natureza se retira e desaparece.
O espetáculo chega ao fim,e o espectador encontra sua verdadeira identidade;eternamente livre,eternamente completo em si mesmo, não tendo qualquer relação necessária com o mundo exterior.
O espírito não esta ligado,nem liberado,nem transmigrando,é a personalidade produzida pela Natureza que sob diversos aspectos estava ligada,transmigrava,e é liberada.Quando essa verdade ultima é realizada todas as manifestações do intelecto são dissolvidas e o Purusha permanece só ,repousando em sua própria essência,o próprio conhecimento discriminativo desaparece,como medicamento que,após curar a doença,é eliminado.

O Yoga de Tara Michael e Yoga ,imortalidade e liberdade de Mircea Eliade

quarta-feira, janeiro 14, 2009

A vida,reino das dualidade,harmonia de tensões,terreno de confronto das forças opostas,dos" deuses e demónios"é uma guerra perpetua onde nenhum resultado é definitivo.A existência cósmica,que aparece como processo de vida é em realidade um processo da morte.A propria lei da vida quer que cada organismo sobreviva ao preço da destruição de outros organismos.As upanishad declaram expressamente aquilo que denominamos vida é o império de Yama,o rei da morte.A imortalidade procurada não é de forma alguma uma continuação da vida,mas seu oposto.Pois toda vida só existe como alimento para a morte,diante de quem sacerdócio e nobreza não passam ambos de um prato de arroz(katha-UP,II,25)

terça-feira, janeiro 13, 2009

o samsára

Como escapar ao ciclo ininterrupto dos atos e suas consequências : tal é o problema crucial ,tanto para o Samkhya como para o Yoga.
Cada gesto ,cada pensamento,cada palavra é o germe de experiências, e cada experiência o germe de ações ,de modo que estamos incessantemente mantidos em um movimento das experiências condicionadas,que o o que se chama de samsára.
o samsára é a roda de existência ,o ciclo das vidas e das mortes,o movimento continuo onde nos mantém nossa ignorância do Principio. Quebrar esse circulo é a libertação ou moksa.
Não são as ações ditas tamásicas que levam a dor,porque projetam o ser em experiências obscurecedoras,aviltantes e passivamente sofridas.Qualquer ação que parta da ignorância da confusão do "Eu" e "não - Eu",tem por efeito perpetuar essa ignorância,que desencadeia uma sucessão de estados felizes quanto infelizes
Dizer "eu sofro",eu quero ,"eu odeio","eu desejo" ,"eu sou"é pensar que esse eu se refere ao Espírito e viver na ilusão e prolonga la .Pois todos nossos atos e intenções ,pelo simples fato de relacionarmos com a Prakrti,são condicionados e dirigidos pelo karman .Por essa ignorância o Espírito se encontra continuamente identificado ao fluxo da vida psicofisica.é mesmo quando se trata da identificação a estados felizes ,ainda permanece uma forma sutil de sofrimento,em virtude da impermanência desses estados,pelo fato de não poder encontrar neles um porto seguro.Mesmo nesse caso ,nenhum repouso,nenhuma estabilidade pode ser encontrada ,por que mesmo nos estados felizes resultam da atividade sattwa,atividades que devem ser constantemente renovadas,o que implica esforço e aflição.De outro modo,o efeito do bom karma se esgota.Uma vez consumidos os frutos de uma certa acumulação de sattwa,os dois outros guna,restringidos ate então pela denominação temporaria do sattwa,reaparecem imediatamente.Nenhum humano pode saborear um estado de felicidade perpetua.Sua felicidade nunca absolutamente pura,mas sempre ligeiramente misturada,é inevitavelmente interrompida pelo surgimento de rajas,sob a forma de inconveniências e perturbações exteriores,ou por sua própria febre de agir,que torna apoderar se do Homem ao fim de certo tempo e não permite gozar indefinidamente um estado sereno.Por outro lado os estados de felicidade criam seja uma saturação,seja um apego,uma dependência,pela necessidade que despertam de saboreá la novamente.O gozo desses estados,seja qual for sua duração,esta sempre mesclado com medo,consciente ou inconsciente de perde los.


O Yoga: Tara Michael ,
Yoga,liberdade e imortalidade Mircea Eliade