Praticar Yoga é descobrir fortalecer sua própria identidade.É identificar-se consigo mesmo.Pensar com sua própria cabeça e observar o mundo por sua própria e única perspectiva.É quebrar e romper barreiras sociais.É também ser livre para agir .É mudar .
Enfim , é revelar a perfeição que existe nato em nós.
Yoga não é teoria , é pura realização.

Olá visitantes

Comece lendo esse blog de baixo para cima
primeiro o Sámkhya e depois os sútras de Pátañjali .
Os sútras estão primeiro na sua lingua original (sânscrito ) acompanhado das traduçôes de George Feuerstein e Mestre DeRose .Em seguida em alguns sútras comentários de George Feuerstein e comentarios meus
Espero que seja de grande utilidade para aqueles que buscam a verdade e a compreensão da sua existencia.

sexta-feira, março 13, 2009

1 - Samádhi - pada (capítulo sobre extase " (1-51)

Atha Yoganushásanam (1-1)

Agora começa a exposição do Yoga

DeRose: Agora, o ensinamento do Yoga.

Yogah citta vrtti nirôdhah (1-2)

O Yoga é a contenção(nirodha) das flutuações da consciência(citta)

DeRose :Yoga é a supressão da instabilidade da consciência

Tadá drashtuh swarúpê vasthánam.(1-3)

Então aquele que vê[i.e,o Si Mesmo transcendente ]subsiste em [sua] forma essencial.

DE ROSE: quando isso é alcançado,o observador consciêntiza-se da sua própria identidade.

Vrittisárúpyam itaratra(1.4)

Em outros momentos[o Si-Mesmo conforma-se as flutuações

DE ROSE:Caso contrário ele se identifica com a instabilidade.

Comentários: No estado de não iluminação nós não nos identificamos conscientemente com o Si Mesmo(Purusa),mas concebemo-nos como indivíduos isolados dotados de características particulares .Isso não significa,porem,que o Si- Mesmo esteja ausente.Esta apenas eclipsado.Gerog Feuerstein.

Vrttayab pañchatayyah Klishta sklishtah (1-5)

As flutuações são cinco :aflitas e não aflitas

DEROSE:A instabilidade é de cinco tipos,alguns dolorosos e outros não dolorosos.

Comentário :Os estados de consciência chamados aflitos(klishta)são aqueles que conduzem ao sofrimento,ao passo que os estados não aflitos (aklishta) conduzem a libertação.Exemplo deste ultimo estado é a condição de transcendência extática(samádhi)Georg Feuerstein

Pramána viparyaya vikalpa nidrá smrtayah(1-6)

[os cinco tipos de flutuações são]conhecimento,concepção errônia,conceitualização,sono e memória.

DeRose:São eles :conhecimento correto,conhecimento equivocado,conhecimento baseado na imaginação,no sono e na memoria.

Pratyakshánumánágamáh pramánáni(1-7)
O conhecimento [pode advir da] percepção da inferência e [do] testemunho.
DeRose: O conhecimento correto é obtido pela percepção, pela dedução e pelos relatos de reconhecida autoridade.

viparyayô mithyájñánam atad rúpa pratishtham.(1-8)

A concepção errônea é um conhecimento falso que não se baseia na aparência[real]do[objeto de conhecimento]

DeRose: O conhecimento equivocado é o que baseia na aparência e não na natureza real.

Shabda jñánánupátí vastu shúnyô vikalpah(1-9)

A conceitualização é sem objeto [perceptível]e segue-se ao conhecimento verbal.

DeRose: O conhecimento baseado na imaginação é causado por palavras destituídas da realidade.

Abháva pratyayálambaná vrttir nidrá(1-10)

O sono é uma flutuação fundamentada na ideia da não ocorrência[de outros conteúdos da consciência]

Comentário: Este aforismo afirma que o estado de sono embora não possamos conhece-lo enquanto dura é ,não obstante,um conteúdo de consciência testemunhado pelo Si-Mesmo transcendente.Pátañjali usa palavra pratyaya traduzida aqui como ideia,para significar um determinado conteúdo da consciência.George Feuerstein.

Anubhúta vishayáasampramôshah smritih(1-11)

A memória é a "não privação"[i.e,a retenção]dos objetos já captados

DeRose:A memória é a não extinção de experiências passadas.

Abhyása vairágyábhyám tan nirôdhah.(1-12)

A contenção dessas [flutuações realiza-se]mediante a prática[do Yoga e a impassibilidade.

DeRose:Todas as instabilidades são controladas através de abhyása (pratica diligente}e de vairágya (desprendimento).

Tatra sthitau yatnô bhyásah.(1-13)

A prática (abhyása) é o exercício [feito em vista da aquisição da] estabiidade nesse [estado de contenção]

DeRose:Abhyása {a prática diligente},consiste no energético afã de conquistar a estabilidade.


Sa tu dírgha kála nairantarya satkárásêvitô drdhabhúmih.(1-14)

Mas essa [prática só] se firma[depois de ter sido]cultivada adequadamente e ininterruptamente por muito tempo

DeRose: Esta,porém,alicerça-se solidamente só com a prática diligente cultivada por um longo tempo,sem interrupção e com profunda dedicação.

Drshtánushravika vishaya vitrshnasya vashíkára samjñá vairágyam.(1-15)

A impassibilidade(vairagya) é a certeza da maestria do[ Yogin que] não tem sede das coisas visíveis nem das reveladas(invisíveis)

DeRose: Vairágya(desprendimento)é quando subjulga-se a compulsão pelas dispersões que venham a ser vistas e ouvidas

tat param Púrusa khyatêr gunavaitrshnyam.(1-16)

A [forma]superior dessa[impassibilidade]é a não ter sede dos componentes[(gunas)[da Natureza,o que decorre]da visão do Si-Mesmo(Púrusha)

DeRose:isto proporciona a mais elevada consciência do Homem (Púrusha) ,no qual cessam os Gunas (atributos)

Vitarka vicháránamdásmitánugamát samprajñátah(1-17)

[O êxtase que nasce desse estado de contenção]é consciênte(samprajñata)na medida em que é vinculado à cogitação,à concepção,à alegria ou à noção do "eu" (asmita).

DeRose: Atinge se então ,o samprajñáta samadhi(ou primeiro estágio da Hiperconciência)que compreende racionalidade ,discriminação,felicidade e noção do eu.

Comentário: Embora o êxtase(samádhi}implique uma fusão do sujeito e objeto,nos níveis inferiores essa consciência unitiva ainda esta associada a diversas espécies de fenômenos mentais,como pensamentos que surgem espontaneamente ,sentimentos de alegria e a noção de que se é uma entidade isolada. Pátañjali chama essa noção do "eu"literalmente de "eu sou-dade"ou "qualidade de eu-sou".
Os quatros tipos mencionados indicam diferentes níveis e formas de extase.

Viráma pratyayábhyása púrvah samskára shêshô`nyah.(1-18)

O outro [tipo de extase] tem um resíduo de ativadores(samskáras);segue-se ao primeiro[i.e.,ao extase consciênte]com a prática da idéia de contenção.

DeRose: há outro estado(asamprajñata samádhi),alcançado pela prática constante,no qual ocorre a cessação da instabilidade e o único que permanece são os samskaras(impressões residuais de experiências vividas no passado).

Comentario: O estado unitivo associado a pensamentos,sentimentos etc é chamado êxtase consciênte(samprajñata- samadhi) quando todos esses fenômenos mentais deixam de surgir chegou se ao nível seguinte de estado unitivo,chamado de extase supraconsciêntes (asamprajñata - samádhi ) Embora neste estado mais elevado o Yogin já não reaja a estímulos ambientais,o estado não deve ser equiparado ao transe inconsciênte.

Bhavapratyayô vidêha prakrtilayánám.(1-19)

[O extase daqueles que se]fundiram com a Natureza (prakrti-laya) e [daqueles que estão] sem corpo(videha)[nasce da persistencia da]idéia de vir-a-ser.

DeRose: Esse estado pode ser obtido por nascimento,por extrasensorialidade ou pela dissolução da Prakrti.

Shraddhá vírya smrti samádhi prajñapúrvaka itarêshám.(1-20)

[O extase supraconsciênte]dos outros [Yogins cuja o caminho é especificado no aforismo 1-18] é precedido pela fé ,pela diligência,pela atenção,pelo êxtase[consciênte]e pela sabedoria.

DeRose: Ouros atingem o samádhi por meio da fé,da energia viril,da memória e do conhecimento.

Tívra samvêgánám ásannah(1-21)

[O êxtase supraconsciênte]esta próximo para [os yogins que se dedicam]com extrema intensidade[á prática de Yoga]

DeRose:Ele esta próximo para os que anseiam com intensidade.

Mrdu mudhyádhimátratwát ta tô`pi vishêshah(1-22)

Como [essa intensidade pode ser]pouca,medíocre,ou excessiva,existe a diferença[em quão próximos os yogins podem estardo êxtase supraconsciênte]

DeRose:Os frutos desse anseio seao proporcionais à sua intensidade seja ela branda ,média ou forte

ishwára pranidhánád vá(1-23)

Ou senão[o extase supraconsciênte é obtido]através da devoção ao Senhor (íshwára pranidhana)

DeRose: Ou também pode ser obtido(o samádhi) através da auto-entrega.

klêsha karmavípakashayair aparámrsshtah Púrusha vishêsha íshwarah(1-24)

O Senhor(ishwára)é um Si-Mesmo especial[porque] não é maculado pelas causas de aflição [Klêsha],nem pela ação e pela fruição desta,nem pelos depóstos(ásharya)[no fundo da memória,que dão origem aos pensamentos,ações,desejos,etc.

DeRose: íswara é um Púrusha especial não afetável pelas aflições,nem pelas ações ou suas consequências e nem por impressões internas de desejos.

tatra niratisháyam sarvajña bíjam.(1-25)

Nele, a semente da onisciência não tem igual

DeRose:Neste esta a semente da consciência.

Sa êsha purvêsham uoi guruh laílênána vacchêdát(1-26)

Em virtude da[Sua]continuidade no decorrer do Tempo[o Senhor]foi também o diretor dos antigos [adeptos do Yoga]

DeRose: É Também o Mestre dos mais antigos Mestres ,pois não esta limitado
pelo tempo.

tasya váchakah pranavah(1-27)

Seu símbolo é a "proclamação"(pránava)[i.e.,a silaba sagrada Om]

DeRose : Ele é conectado pelo mantra Om (Pránava)

Taijapas tad artha bhávanam.(1-28)
A recitação dessa[sílaba sagrada leva à] contemplação do seu significado.

DeRose:Sua repetição e meditação(nele)conduzem à meta.

Tatah pratyak chêtanádhigamô pyantaráyá bhávash cha.(1-29)

Dai [segue-se] a realização da interiorização[habitual]da mente (prayak-cetaná)e também o desaparecimento dos obstáculos[mencionados no aforismo seguinte ]

DeRose: Disso obtêm-se o conhecimento de Si-Mesmo e a superação dos obstáculos

Vyádhi styána samshaya pramádalasyávirati bhrántí darshanálabdhabhumí katwánavasthitatwání chitta vikshêpás tê´ntaráyáh.(1-30)

A doença ,a inercia,a dúvida,a desatenção,a preguiça,a dissipação, a visão falsa,a não realização dos estagios [do Yoga] e a instabilidade [nesses estágios] são as distrações da consciência;são estes os obstáculos.

DeRose: Os 9 obstáculos são as dispersões da consciência causadas por: enfermidade,apatia,dúvida,negligência,indolencia,noções erradas.apego excessivo ao prazer,volubidade e insucesso em uma etapa

Dukkha daurmanasyángamêjayatwa shwása prashwása vikshêpa
sahabhuvah(1-31)

A dor ,a depressão,o tremor dos membors e [os erros de]inalação e exalação são [sintomas] associados a distrações.

DeRose Os sintomas da dispersãomental são: a infelicidade,a depressão,o nervosismo e a respiração irregular.

Tat pratishêdhártham êka tattwábhyásah (1-32)

Para contrapor- se a essas [distrações,o Yogin deve recorrer à prática [de concentrar-se]num único princípio.
DeRose - ------

Maitrí Karuná muditôpêkshánam sukkha duhkha punyápunya vishayánám bhávanátash chitta prasádanam.(1-33)

A projeção de amizade,compaixão,gratidão e equanimidade perante as coisas-[sejam elas] alegres ou tristes ,meritórias ou demeritórias - [leva à ]pacificação da consciência.

DeRose: A serenidade da consciência é obtida mediante o cultivo da amizade,compaixão,alegria e indiferença,respectivamente aos que são felizes,infelizes,bons e maus

Pracchardana vidháranábhyám vá pránasya(1-34)

Ou senão [a contençao das flutuações da consciência é alcançada] através da expulsão e retenção da respiração(prána)[de acordo com as rregras do Yoga].

DeRose: Ou pela expiração e retenção do prána.



Vishayavatí vá pravrttir utpanná manasah sthiti nibandhíní(1-35)

Ou senão [o estado de contenção acontece quando]surge uma atividade centrada num objeto que mantém a mente estável.

DeRose: Ou ainda ,quando entram em funcionamento os sentidos superiores atinge-se a estabilidade da Mente.

Comentário: Esse aforismo,aparentemente técnico,trata de uma idéia bem simples :de acordo com os comentários escritos em sânscritos,"atividade centrada num objeto"(vishaya-vatí pravritti)significa um estado de consciência sensorial intensificada chamada "percepção divina"(divya- samvid).A idéia é a de que a sensação intensa de um aromaou uma textura ,por exemplo,pode concentrar a mente tal ponto que o Yogin chega ao estado de contenção.(nirôdha)


Vishôká vá jyôtishamatí(1-36)

Ou senão [a contenção é alcançada por meio de atividades mentais]que não levam em si sofrimento e têm o poder de iluminar.

DeRose: Ou pela lucidez que ilimina todo o pesar.

Vita rágá vishayam vá chittam.(1-37)

Ou senão [a contenção é alcançada quando]a consciência é dirigida para[os seres que ]venceram o apego

DeRose: Ou seguindo o exemplo de alguém que tenha superado a exaltação das emoçoes e a dependencia dos objetos dos sentidos .

Swapana nidrá jnanálambananam vá(1-38)

Ou senão [a contenção é alcançada quando a consciência] repousa em intuições [advindas dos]sonhos e [do]sono.

DeRose: Ou pela atenção prestada ao conhecimento advindo do sono com ou sem sonhos.

Yathábhimata dhyánád vá.(1-39)


Ou senão [a contenção é alcançada por meio da meditação(dhyána),como é desejado.

DeRose:Ou pela meditação em algo que seja agradável.


Paramánu parama mahattwántô´sya vashikárah.(1-40)

Sua maestria[vai] das coisas mais mínimas à maior magnitude.

DeRose : Assim, o domínio abrangerá do infinitesimal ao infinito.

kshína vrttêr abbijátasyêva manêr grahítr grahana grahyêshutatstha tadañjanatá samápattih.(1-41)

[Para consciência cujas ]flutuações acabaram[e que tornou-se ]semelhante a uma gema transparente[sobrevêm]- no que diz respeito "aquele que capta","a captação"e ao "que é captado-[um estado de] coincidência(samápatti)com aquilo sobre qual repousa a [consciência e pelo qual [a consciência ]é "ungida "

DeRose : Naquele que tiver controlado a instabilidade ocorre uma identificação entre o observador,o objeto observado e o ato da observação,assim o cristal se identifica com a cor do objeto próximo.


Comentário : quando a mente se imobiliza por completo, torna-se translúcida.
É então,que pode acontecer o êxtase,o samádhi.No processo do êxtase,o objeto de concentração adquire tais proporções na consciência que a distinção entre sujeito e objeto desaparece. Na terminologia de Patañjali,é essa "coincidência" do sujeito que conhece ,do objeto conhecido e do processo de conhecer ou conhecimento,respectivamente chamados "aquele que capta ou agarra(gahítri), o que é captado ou agarrado(gráhya) e "captação ou ato de agarrar "(grahana ).

Tatra shabdártha jñána vikalpaih samkírná savtarká samápattih (1-42)

Quando o conhecimento conceitual [baseado na]intenção das palavras[esta presente]neste [estado de coincidência entre sujeito e objeto,o estado é chamado de ] "coincidência entremeada de cogitação"

De Rose: Desses estados de identificação,um é o savitarká(com inferência),que sofre influência mista do nome,forma e idéia subjetiva do objeto observado

Comentario: A metafisica do Yogin faz distinções entre diversos níveis da existência:o grosseiro,o sutíl,o não manifesto e o transcendente.O objeto do êxtase entremeado de cogitação(vitarka-samádhi)pertence ao domínio grosseiro(sthúla)ou corporal.

Smrtí parishuddhau swarúpa shúnyêvártha mátra nirbhásá nivitarká (1-43)

Com a purificação da [profundeza] da memória,[a qual]como que se esvazia da sua essência,[e quando]só objeto[de meditação]fulgura,[o estado de êxtaseé chamado "supracogitativo"(nirvitarká)

DeRose: O outro é ,nirviarká(sem inferencia),que só resplandece quando a memória está purificada e isenta da forma ou natureza do objeto.

Êtayaiva savichárá nirvichárá cha súkshuma vishayá vyákhyátá.(1-44)

Assim por este[êxtase cogitativo],ficam explicados [os outros dois tipos básicos de êxtase -o reflexivo(savicárá)e o supra reflexivo(nirvicára):[nestes o suporte de meditação é um] objeto sútil.

DeRose: Assim,explicam-se também o siavichárá(com investigação) e o nirvichárá samádhi (sem investigação),que são obtidos mediante a prática sobre objetos mais sutís.

Comentario: A reflexão(vicárá)é um processo espontâneo da concepção que ocorre no estado extático que tem por ponto focal um objeto sútil(súkshma)ou imaterial,como por exemplo a matriz transcendente da criação, chamado de o indiferenciado.

Súkshuma vishayatwam chálinga paryavásanam(1-45)

E os objetos sutís terminam no indiferenciado.(alimga).

DeRose: A sutileza cada vez maior dos objetos da prática estende-seaté o infinito.

Ta êva sabijáh samádhih.(1-46)

Estes [tipos de coincidenciaentre o sujeito e o objeto pertencem]na verdade [a categoria do] "êxtase com semente"(sabíja samádhi)

DeRose: Esses são os sabíja samádhis (samádhis com semente).

Comentário: O termo "semente" refere-se à permanência dos ativadores subliminares (sanskáras)nas profundezas da consciência.Eles geram atividade mental e, portanto,Karma.

Nirvichára vaisháradyê" dhyátma parásadah (1-47)

Quando há lucidez (vaisháradya) no [êxtase]supra reflexivo,[este é chamado]"do ser interior(adhyátma -prasáda)

DeRose: Alcançado a perfeição no nirvichára ,sobrevém a consciência do puro Self.

Rtambhará tatra prajña (148)

Neste[estado de suprema lucidez],toda intuiçãoleva em si a verdade(ritam-bhara)

DeRose: Então o conhecimento torna- se pleno de realidade

Shrutánumána prajñabhyám anya vishayá vishêshárthatwát.(1-49)


A amplitude[dessa intuição que leva em si a verdade]é diferente da intuição[que vem da] tradição e [da] inferência,[em virtude da sua] força e direçao particulares.

DeRose: O conhecimento que é alcançado nos níveis superiores de consciência ao contrário do conhecimento intelectivo,não é sujeito as informações provenientes de transmissão externa(shrti)nem de dedução(anumana)

Comentario: Este aforismo(sútra) parece exprimir a idéia de que a intuição (prajña) que leva em si a verdade,alcançada no nível mais alto do êxtase consciênte (samprajñata- samádhi) ,é muto diferente do conhecimento comum ,na medida em que proporciona o ímpeto que leva à transcendência de todo conhecimento distintivo no êxtase supraconsciênte(asamprajñata -samádhi) ,o único que pode conduzir aà libertação, à realização do Si-Mesmo.

Taj jah samskarô!nya samskára pratibandhí.(1-50)

O ativador (sanskára) que nasce dessa intuição veraz] obstrui os demais ativadores [ que residem nas profundezas da consciência.

DeRose: O samskáras que resulta deste conhecimento suplanta todos os samskáras anteriores.

Tasyápati nirôdhê surva nirôdhán nirbijah samádhih (1-51)

Com a contenção até mesmo desse [ ativador,sobrevém] em virtude da contenção de todos [os conteúdos da consciência], o êxtase sem semente.

DeRose: Quando até esse estado é superado,entra-se no nirbíja samádhi (samádhi sem semente)

O Yoga-Sútra de Pátañjali - texto original

Esta tradução de aforismo de Pátañjali é baseada nos extensos estudos textuais e semânticos.
As interpretações de Georg Feuerstein diverge da dos comentários sanscritos.A tradução esta bastante literal,para transmitir algo da natureza técnica da obra de Pátañjali.Na maioria das vezes,as traduções populares não fazem jus as subtilezas do pensamento do autor nem a complexidade da prática do Yoga superior.
O asterisco(*)que vem após alguns Sutra indicam que eles pertencem ao texto que supus ter sido citado por Pátañjali tratando do caminho de oito membros,ou que parecem ter sido acrescentados a composição original de Pátañjali. Pode haver um numero maior de Sutras interpolados,especialmente no terceiro capítulo,que contem as listas de poderes paranormais,mas o trabalho de procurar identifica-los não me parece particularmente útil