Praticar Yoga é descobrir fortalecer sua própria identidade.É identificar-se consigo mesmo.Pensar com sua própria cabeça e observar o mundo por sua própria e única perspectiva.É quebrar e romper barreiras sociais.É também ser livre para agir .É mudar .
Enfim , é revelar a perfeição que existe nato em nós.
Yoga não é teoria , é pura realização.

Olá visitantes

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primeiro o Sámkhya e depois os sútras de Pátañjali .
Os sútras estão primeiro na sua lingua original (sânscrito ) acompanhado das traduçôes de George Feuerstein e Mestre DeRose .Em seguida em alguns sútras comentários de George Feuerstein e comentarios meus
Espero que seja de grande utilidade para aqueles que buscam a verdade e a compreensão da sua existencia.

terça-feira, abril 14, 2009

Sádhana pádah (2- -55)

Tapah swádhyáyêshwara pranidhanáni Kriyá Yogah 2-1

A ascese(tápas),o estudo(swádhyáya)e a devoção ao Senhor(ishwara pránidhána)[constituem] o Yoga da ação.(KriyáYoga).

DeRose:Auto superação ,auto estudo e auto entrega constituem o Kriyá Yoga.

Comentário (Sylvia ) : Tapas ,Swádhyáyá e íshwára pranidhána são também, o alicerce no Yoga (prescrições éticas)


Comentário:Tanto a palavra kriyá quanto a palavra Karma significam "Ação",mas o Kriyá Yoga e diferente que o Karma Yoga do Bhavagad Gitá .O Karma Yoga, como já vimos, é o caminho da inação na Ação. ou da atividade ego- transcendente. O Kriyá Yoga de Pátañjali é o caminho da identificação extática com o Si-Mesmo,pela qual os ativadores subliminares(samskáras)que geram e mantém a consciência individuada vão sendo gradativamente eliminados.

Samádhi bhávanárthah klêsha tanukaranárthash cha. 2-2

Esse Yoga tem a finalidade de cultivar o êxtase e também de atenuar as causas da aflição(klesha)

DeRose: Essas observâncias também ajudam a atenuar os obstáculos para atingir o samádhi.

Comentário( Sylvia): o processo evolutivo que acontece através das técnicas doYoga estão diretamente relacionada com essas observâncias que bem trabalhadas sutilizam as aflições .
Avidyásmitá rága dvêsháabhinivêshah klêsháh. 2-3

A ignorância,a noção do eu,o apego,a aversão e a vontade de viver são as cinco causas da aflição.

DeRose: Os obstáculos são : a incultura, o egotismo,a exaltação das paixões,aversão injustificada e o excessivo apego à vida.

Comentário: As palavras que designam essas cinco origens do sofrimento ,em sânscrito são: avidya,asmitá,rága,dvesha e abhinivesha.

Avidyá kshêtram uttarêshám prasupta tanu vicchinnôdáránám. 2-4

A ignorância é o campo das outras [causas que podem estar ]
adormecidas,atenuadas,interrompidas ou ativadas.

De Rose : A incultura é o campo onde nascem os demais obstáculos,acima citados,que estejam eles adormecidos,atenuados,reprimidos ou ativos.

Comentario Sylvia a obscuridade é a causa de todas as aflições , do desespero da Humanidade que só vê o que não é para ser visto.

Anityáshuchi duhkhánátmasu nitya shuchi sukhátmakhyatir avidyá. 2-5

A ignorância consiste em ver aquilo que é eterno ,puro e jubiloso e associado ao Si-Mesmo como transitório,impuro ,doloroso e [associado ao ] não Si- Mesmo( anatmam)

DeRose: A incultura consiste em supor perenidade no perecível, pureza no impuro, felicidade na dor ,ser no não ser .

Comentário: O não Si- Mesmo (anatmam) é a personalidade egóica e o ambiente externo.

Comentario Sylvia : Avidya ( a incultura) é supor que a realidade é real ,vista , sentida e até compreendida.

Drg darshana shaktyôr êkátmatêvásmitá.2-6

A noção do eu e´como que a identificação da faculdade de ver (darshana)com aquele que vê(drik)[i.e, O Si - Mesmo.

DeRose: Egotosmo é quando se confunde o poder vetor com o poder ver.

Comentário da Sylvia : O princípio da egoidade é Buddhi(intelecto) enquanto voltado para o universo exterior, assume por intermédio das faculdades a forma cambiante das impressões das ações e dos diversos pensamentos, e permanece instável e agitada . Esse próprio movimento e processo da vida que impede o discernimento a realidade.
A discriminação e a ignorância pertence ao Buddhi que tem agora dupla função: aprisiona o ser desprovido da discriminação e o afasta do "conhecimento real" e liberta aquele que possui sabedoria discriminativa.
conhecimento real: sua própria identidade,o não Si-Mesmo,o não sou.

Sukhánushayí rágah. 2-7

O apego[ é que] repousa sobre o prazeroso.

DeRose: A paixão deriva do prazer.

Comentário da Sylvia :
Paixão é o apego ao prazer
Aparigraha (desapego)é uma ética dentro do Yoga ...você compreende esse desapego durante a prática tornando o próprio momento.Um momento de compreensão real da sua existência .

Duhkhánushayí dwêshah 2- 8

A aversão [é o que ]repousa sobre o doloroso.

DeRose: A aversão deriva da dor.

Comentário da Sylvia : Ahimsa é um yama muito importante .Assimilando essa ética eliminam- se todas as hostilidades. É imprescindível
trabalhar essa proscrição ética dentro do Yoga para alcançar estados de consciência( intuição linear -samádhi para conquistar a libertação (moksha ): a meta do Yoga

Swarasavahí vídhusho`pi samarúdhô bhinívêshah 2-8

A vontade de viver correndo[por sua] própria propensão(nasa),esta assim arraigada até mesmo nos sábios.

DeRose:O apego a vida é natural e está presente até no sábio .

Comentário: A vontade de viver(abhinivesha) é o impulso para existência individuada.É, como tal,uma das principais causas do sofrimento ,segundo o Yoga tem de ser transcendida.

Comentário da Sylvia : interessante que essa vontade de viver implica medo por que esta ligada a morte.Morte esta que é vista como fim .Fim do que? fim para quem acredita que o "eu faz" o "eu pensa"o " eu vê", o "eu morre...O eu individuado vive o maya (ilusão ) A Prakrtti é um grande banquete .

Tê pratiprasava hêyáh sukshmah 2-10

Essas [ causas da aflição],[em sua forma] sutil,devem ser superadas pelo [processo de]involução(pratipnasava)

DeRose: Estes obstáculos podem ser sutilizados e eliminados .

Comentário da Sylvia : O Yoga é o caminho, é o veículo para transcendência e elimina os obstáculos

Comentário: Os componentes básicos da Natureza(prakrtti)são três qualidades(guna),a saber o princípio dinâmico(rajas),o princípio inércia(tamas) e o principio luminoso(sattwa) A interação desses três princípios cria todo cosmo manifesto.A libertação é concebida como a inversão desse processo,pela qual os aspectos manifestos dos componentes primários(guna)reduzem-se de novo ao fundamento transcendente da Natureza .Esse processo leva a dominação técnica de "involução"(pratiprasava)

Dhyána hêyás tad vrttayah. 2-11

As flutuações dessas[causas de aflição]devem ser superadas pela meditação(dhyána)

DeRose: A meditação elimina tais vrttis.

Klêsha mulah Karmáashayô drshtádrshta janmavêdaníyáh. 2-12

A s causas dessa aflição são a raiz do" depósito de ação" ,e [este]pode se manifestar no nascimento visível[i.e nessa vida]ou num invisível[i.e.numa existência futura]

DeRose: O karma tem suas raízes nos obstáculos e é experimentado tanto no nascimento objetivo quanto no subjetivo.

Comentário: O termo técnico Karma-asharya(deposito de ação")designa a carga karmica do individuo,isto é a carga de ativadores subliminares(samskaras)que geram e definem a pessoa.

Comentário da Sylvia : o corpo sutil registra essa carga kármica e define futuras experiências.

Sati Múlê tad vipákô jatyáyúr bhogáh 2-13

[Enquanto]existe a raíz, [ colhe se] o fruto dela: o nascimento, a vida ,as sensações(bhoga) .[N.doT:em inglês experience. A palavra sãnscrita bhoga é difícil a tradução.Designa o ato do ser que recebe,está passivo perante as ações de outros seres. As palavras "sentir" ou "sensação"
, portanto,devem,nessa acepção,ser tomadas no sentido o mais lato possível.]

DeRose : Permanecendo a existência das raízes,permanecem as conseqüências Karmicas que vão determinar tudo : o nascimento, a própria vida e as suas experiências.

Tê bláda paritápa phaláh punyápunya hêtutwát. 2-14

Essas [três coisas ]tem como resultado o prazer ou a dor , de acordo com as causas [que podem ser]meritórias ou demeritorias

DeRose: Estas produzem alegria ou dor conforme sua causa seja virtude ou vício.

Comentário da Sylvia : é importante trabalhar santôsha (contentamento ).Contentar-se com a experiência que foi nos dada e assim ,a dor desaparece ,é eliminada . Santôsha é uma prescrição muito importante .
obs: não implica a conformismo. Santôsha e ishwara pranidhana(contentamento e auto entrega) é a uma via para discriminação

Parináma tápa samskára duhkair guna vrtti virôdhách cha duhkham êva sarvam vivêkinah 2-15

Em virtude do sofrimento[inerente ]às transformações (parinâma)[da Natureza],à pressão (tapa)[da existência ]e aos ativadores(samskára)[embutido no fundo da consciência].e em virtude do conflito entre flutuações das qualidades(guna)[da Natureza - para o homem de discernimento tudo é sofrimento (duhkha)

DeRose: Para aquele que discrimina ,tudo provoca a dor , seja devido antecipação do sentimento de perda, ou a novos desejos produzidas pelos sámkáras, ou, ainda ,a conflitos entre os gunas.

Comentário: O conceito de "transformação "é decisivo para filosofia do Yoga.É o desenvolvimento da noção natural de que todas as coisas estão em constante mudança. Só o Si Mesmo transcendente é eternamente estável.Para o Yogin de discernimento(vivekin),o mundo finito,o mundo da perpétua mudança,é o mundo de sofrimento,pois a mudança acarreta a inevitável perda das coisas desejáveis e a obtençaõ das indesejáveis- acarreta portanto, a infelicidade.

Comentário da Sylvia : a infelicidade
para um Yogin é um caminho de libertação .O Yogin tem o discernimento "que tudo que é, não mais é" , e tudo esta em mudança ...

Hêyam duhkham anágatam. 2-16

O que se há de superar é o sofrimento futuro.

DeRose: A dor que ainda surgiu pode ser evitada.

Drashtr drshyayôgô samyogo hêya hêtuh 2- 17

A correlação (samyoga)entre aquele que Vê[i.e,o Si Mesmo transcendente ]e o que é Visto[i.e A Natureza] é a causa do que se há de superar

DeRose: A causa dessa dor que pode ser evitada é a identificação do Vedor com o visível.

Comentário : A relação entre o S i Mesmo transcendente e o mundo ,o qual inclui a mente ,(que não é um aspecto do Si Mesmo, mas uma parte da Natureza)é bastante real no que se refere à nossa experiência imediata No entanto não é" realemnte real",pois o Si-Mesmo e a Natureza são eternamente distintos um do outro .A aparente correlação (samyoga)ou identificação errônia entre o Sujeito transcendente e o mundo objetivo que se oferece a experiênciaé devido a ignorancia espiritual(avidya)e deve ser superada.

Comentário(Sylvia) : o veiculo é ilusório , a experiência é pura ilusão que só acontece na consciência individuada e o Purusha sempre será indiferente a essa experiência ou melhor ele não reconhece a experiência , só assiste;apesar de parecer confundido pela Prakrtti.
Superar é ter discernimento da ilusão. o Yoga é o caminho , é essa superação .A dualidade desaparece junto com a ignorância da sua própria existência.

Prakásha kriyá sthiti shitam bhutêndriyátmakam bhôgápavargártham drshyam 2-18


O que é Visto [i.e,aNatureza]tem o caráter de luminosidade,atividade ou inércia;esta incorporado nos elementos e orgãos dos sentidos e suas finalidades [sao]a fruição(bhôga)ou a emancipação(apavarga).

DeRose :O visível existe para emancipação do Vedor.O visível consiste na relação dos elementos prakasha-kriyá- sthiti(luminosidade-atividade-estabiidade)com os bhútêndriya.

Comentario : A Natureza na forma da mente Humana ,tem duas tendencias.Por outro lado,é feita para a "fruição" , e implica um sujeito egóico que é polo passivo dos acontecimentos desejáveis e indesejáveis. Por outro lado,também permite processos que levam a transcendência do ego e todas as experiências.Isso se explica pela doutrina das tres qualidades (guna) ou componentes da Natureza.Enquanto as qualidades de atividade(rajas)e da inércia(tamas)tendem preservar a ilusão egóica, a predominância do fator lúcido(sattwa)cria as précondições necessárias para libertação.
Por isso Yôgin busca cultivar as condições e estados satwicos.

Vishêshavishêshalingámátrálingáni guna parváni 2-19

Os níveis dos componentes(guna)da Natureza são o Particularizado,o Não Particularizado,o Diferenciado e o Indiferenciado

DeRose :Os gunas estão presentes em tudo,em escala particular e geral ,visível e invisível.

Comentário:O corpo e a mente do Homem são uma forma particularizada da Natureza.As faculdades sensoriais(som,visão,audição, etc ) e a noção do eu(asmitá de Pátañjali)pertence ao nível não- particularizados da manifestação cósmica.Ainda mais sutil é o nível da primeira forma diferenciada a surgir no fundamento indiferenciado da Natureza.O máximo que se pode dizer dessa "forma" é que ela existe e nela predomina a qualidade sattwa.Além disso, subsiste a Consciência-Testemunha transcendente,o Si-Mesmo.

Drashtá drshimátrah shuddhô`pi pratyayánupashyah. 2 -20

Aquele que Vê,[que é]a pura [potência da ]visao,embora puro,percebe as idéias [presentes na consciência]

DeRose:O Vedor somente vê,e embora puro,experiência através da inteligência(no sentido de consciência)

Tad artha êva drshyasyátmá 2-21
O Si-Mesmo [i.e,a essência]do que é visto[i.e,A Natureza]só é em vista d Aquele [que Vê,O Si-Mesmo transcendente]

DeRose : O visível existe apenas em função do Vedor.

Comentário: Esse Aforismo reforça a idéia,apresentada acima(2-18),de que a Natureza serve a propósitos do Si Mesmo.
O mundo da Natureza pode ser usado quer para o gozo das experiências,quer para que o ser se lance para realização do Si-Mesmo,além de todos estados condicionados da existência.

Krtártham prati nashtam apy anashtam tad anya sádháranatwát. 2-22

Embora [o que É Visto]tenha deixado de existir para aquele cujo o objetivo foi realizado ,ele porem não deixou [de existir de todo],pois,[ainda é]objeto de percepção comum(sadharanatva}dos outros [que não são iluminados].

DeRose :Conquanto o visível deixe de existir pra quem tenha atingido seu objetivo ,continua existindo para os demais ,pois é comum a todos .

Swa swámi shaktyôh swarupôpalabdhi hêtuh samyogah 2-23

A correlação samyoga[entre o que Vê e o que É Visto]é a razão da apreensão da forma essencial do poder do "possuidor"(swamin) e do possuído(swa).

DeRose: A União (entre o Purusha e a Prakrti) conduz à consciêntização da Naturezada energiado possuidore da do possuido.

Tasya Hêtur avidyá 2-24

A causa dessa correlação é a ignorância.(avidya).

DeRose: A causa dessa União é a Ignorância.

Tad abhávát samyôgábhavô hánam tad drshêh kaivalyam. 2- 25

Com o desaparecimento dessa[ignorância],a correlação[também]desaparece,isto é,a cessação[total],a solidão(kaivalyam)da Pura potência da Visão.

DeRose: quando ela é eliminada tal união desaparece e o Vedor é liberado.

Vivêka khyátir aviplavá hánôpáyah. 2-26

O meio de [alcançar a] cessação é a ininterrupta visão do discernimento(
Vivêka khyátir)

DeRose:O meio de destruir a ignorância é o constante discernimento.

Tasya saptadhá pránta bhumih prajña. 2-27

Para aquele[que possui a ininterrupta visão do discernimento,nasce ,no último estágio,a sabedoria (prajña )sétupla

DeRose:O conhecimento é alcançado mediante a 7 passos.

Comentário: De acordo com o Yoga-Bhasya de Vyása, os sete aspectos dessa sabedoria são os seguintes:
  1. aquilo que deve ser evitado,isto é,o sofrimento futuro ,já foi devidamente identificado
  2. as causas do sofrimento já foram eliminadas de uma vez por todas
  3. através do "extase da contenção"(nirôdha-samádhi),chegou se por fim à absoluta cessação de todos os conteúdos da consciência.
  4. o meio de cessação,isto é,a visão do discernimento,já foi devidamente aplicado
  5. alcançou se a sabedoria do intelecto incriado(buddhi)
  6. as qualidades(guna)perderam todos os seus pontos de apoio e,"como rochas que se despencam montanhas abaixo",tendem à dissolução(,pralaya),isto é , à plena reabsorção no fundamento transcendente da Natureza
  7. o Si-Mesmo subsiste em sua natureza essencial,imaculado e sozinho (Kaivalyam)
Yogangánushthanád asbuddhi kshayê jnána díptirá vivêka khyátêh. 2-28

Através da Prática dos membros do Yoga,e com a redução das impurezas,[brilha]o fulgor da sabedoria(jnána),[que aumenta até chegar]à visão do discernimento.

DeRose : Com a prática dos diversos angas(partes) do Yoga, destroem- se as impurezas, e o conhecimento torna-se pleno de discernimento

Yama niyama ásana pránáyáma,pratyahára,dharana dhyana samádhayô`shtáv angání.2-29

A disciplina (Yama), o auto controle (Niyama), a postura(ásana), o controle da respiração(pránáyáma), o recolhimento dos sentidos (pratyáhára), a concentração( dháraná), a meditação(dhyána) e o extase(samádhi) são os 8 membros [do Yoga ].

DeRose: Proscrições e prescrições éticas,posições físicas,respiratórios,abstração dos sentidos ,concentração mental,meditação e Hiperconsciência ,são as oito partes do Yoga.

Ahimsá satyaastêya brahmácharya aparigrahá yamah 2-30

A não violencia ,a veracidade,o não roubar,a castidade e o não cobiçar são as diciplinas

DeRose:As proscrições éticas são : não agredir,não mentir,não roubar,não dissipar a sexualidade,não ser possessivo.
Comentário da Sylvia: Um sábio vê uma ética enquanto o ignorante precisa ver cinco(2-30)(2-32)

Játi dêsha Kála samayánavacchinnáh sárvabhauma mahá vratam. 2- 31

[São válidos] em todas as esferas ,independente do nascimento,lugar,tempo e circunstancia,[e constituem]o "grande voto"(máha vratta).

DeRose :Estas proscrições éticas são um grande voto,aplicável a todos os casos, e não estão limitadas por castas ,lugar ,tempo ,nem circunstâncias.


Sauchan santôsha tápáh swádhyáyêshwára pranidhánáni niyamah 2-32

A pureza,o contentamento,o ascese,o estudo e a devoção ao Senhor são formas de autoconhecimento
.

DeRose: As prescrições éticas são : limpeza,alegria,auto- superação,auto-estudo e auto-entrega.

Vitarka bádhanê pratipaksha bhávanam. 2-33

Para repelir noções(vitarka)[perniciosas],[o Yogin deve dedicar-se ao] cultivo do oposto[delas]

DeRose :Quando surgirem pensamentos indesejaveis, estes podem ser vencidos convivendo se com seus opostos


Vitarká himsádayah krta karitánumôditá lobakrôdha môha púrvaká mrdu madhyádhimátrá dubkhájnánananta phalá ití pratipaksha bhávanam. 2-34

Noções[ perniciosas ],[como] a violência,etc, quer sejam praticadas de fato,quer se ordene que sejam praticadas,quer sejam[simplesmente]aprovadas;quer nasçam da cobiça,quer da ira,quer do tédio;quer sejam pequenas,medias ,quer excessivas-[sempre tem a sua] infindável consumação na ignorancia(avidyae no sofrimento(duhka); e por isso,[o yogim deve dedicar -se] a cultivar o oposto delas.

DeRose: Os pensamentos indesejáveis ,assim como os de agressão, quer sejam cometidos,permitidos ou causados pela avareza,cólera ou engano, que sejam moderados,médios ou grandes,são frutos da ignorância e sempre terminam em sofrimento.Por isso é necessário convivermos com seus opostos

Ahimsá pratishtháyam tat sammidhau vaira tyágah 2-35

Quando o Yogin se firma na[ virtude da] não violencia (ahimsá),[toda]discórdia se acaba na sua presença

DeRose: quando se vivência a não agressão , a Hostilidade desaparece em nossa presença.

Satya pratishtháyám kriyá phaláshrayatwam. 2-36

Quando se firma na veracidade (satya), a ação [ e sua]fruição passam a depender [da sua vontade]

DeRose: Quando se faz uso estrito da verdade,obtém-se resultados,mesmo sem tomar nenhuma atitude concreta.

Astêya pratishtháyám sarva ratnôpasthanam. 2-37

Quando o Yogin se firma no não roubar(astêya),todos os tesouros surgem [à frente dele]

DeRose: Quando se observa a honestidade ,toda riqueza é atraída.

Brahmácharya pratishtháyám vírya lábhah. 2-38

Quando se firma na castidade brahmácharya ,adquire [grande]vitalidade.

DeRose :Quando se observa a não dissipação da sexualidade,obtém-se uma grande potência.

Aparigraha sthairyê janma kathamtá sambôdhah 2-39

quando se firma no não cobiçar(aparigraha)[o yogin obtém]o conhecimento de onde se verificaram os [seus]nascimentos.

DeRose: quando se observa a não possessividade ,compreende-se o sentido da vida.

Sauchát swánga jugupsá parair asamsargah. 2-40

Através da pureza(sauchan),[obtém] o distanciamento(jugupsá) em relação a seus próprios membros[e adquire também o desejo de ] não ser contaminodo pelos outros.

DeRose: Quando se observa a limpeza do próprio corpo,ocorre a aversão pelo contato físico com outros que não a observem.

Sattwashuddhi saumanasyaikágryêndrya jayátmadarshana yôgyatwáni cha.2-41

obtém alem disso], a pureza da [qualidade]sattwa[do seu ser],a gratidão, a concentração, o domínio dos orgãos dos sentidos e a capacidade de ver o Si-Mesmo

DeRose: com a purificação,advém a clareza mental,o poder de concentração, o dominio dos sentidos e a aptidão para perceber o Si-Mesmo.

Santôshád anuttamah sukha labhah 2-42

Através do contentamento (santôsha) obtém-se uma alegria inigualável.

DeRose:A observância da alegria constante conduz a superlativa felicidade.

káyêndrya siddhir ashuddhi kshayát tápasah 2-43

Através da ascese(tapas), e me virtude da diminuição da impureza ,[alcança-se] a perfeição do corpo e dos orgãos dos sentidos

DeRose: A auto-superação produz a destruição das impurezas , o que conduz ao aperfeiçoamento da sensibilidade corporal.

Swádhyáyád ishta dêvatá samprayôgah - 2-44

Através do auto-estudo(swádhyáya),o yogin estabelece] contato com a divindade da sua eleição(ishwára-dêvata)

DeRose: O auto-estudo predispõe ao contato com as potestades propiciatórias.

Comentário: Muitas escolas de Yoga encorajam o praticante a cultivar um relacionamento ritual com a Divindade sob forma de vishno,shiva,krishna ,kali ou alguma outra personagem tradicional ,que se torna então a divindade escolhida pelo Yogin.

Samádhi siddhir íshwara pranidhánát 2-45

Atraves da devoção ao Senhor (ishwára pranidhána)[sobrevém]a obtenção do extase[sura consciênte]

DeRose: Pela auto entrega advém o aperfeiçoamento da hiperconsciência.

sthira sukhan ásanam 2-46

A postura(ásana )deve ser firme e confortável.

DeRose: A posição física deve ser firme e confortável.

Prayatna shaithilyánamta samápattibhyám. 2-47

[A prática correta da postura é marcada]pelo relaxamento das tensões e a coincidencia da [ consciência]com o infinito.

DeRose:Ela é dominada quando se elimina a tensão e medita-se no infinito.

Tatô dwand wánabhigjátad 2-48

Daí vem a imunidade aos opostos (dwadwa)[encontrados na Natureza como o calor e o frio]

DeRose: Como conseqüência a dualidade cessa.

Tasmin sati shwása prashwásayôr gatí vicchêdah pránáyámah. 2-49

Quando isso é [alcançado].[deve-sepraticar]o controle da respiração,[que é ] a interrupção do fluxo da inalação e exalação.

DeRose: Isso é obtido,o passo seguinte é pránáyáma que consiste em controlar o processo de inspirar (shwása) e expirar (prashwása)

Báhyábhyantara stambha vrttir dêshakála samkhyábhih paradrshtó dirghasúkshmah. 2- 50

Quanto ao seu movimento,[o controleda respiração é]externo,internoou [fixo][e é],regulado pelo lugar,pelo tempo,pelo numero;[pode ser] dilatado ou contraído].

DeRose :As modificações da repiração compreende:

1-a respiração externa (bahya),interna (abhyantara),ou retida(stambha)
2-estão reguladas pelo comprimento do alento(dêsha),tempo(kála)e numero (samkhya)de respirações
3-e o exercício poder ser de longa(dírgha)ou curta(súkshma)duração.


Bábyábhyantara vishayákshêpí chaturthah 2 -51

O [movimento da respiração]que transcende a esfera externa e interna é o "quarto".


DeRose:O quarto tipo de pránáyáma está além da inspiração e expiraçao

Comentario: Esse obscuro aforismo deu margem a interpretações diversas.Provavelmente refere-se a um fenômeno especial que acontece no estado de extase (samádhi).Nele, a respiração pode ficar tão reduzida e tão sutil que não pode ser mais detectada.Esse estado de respiração suspensa pode manter-se por longos períodos.

Tatah koshíyatê prakáshávaranam 2 52

Então desaparece o véu que encobre a Luz (interior)

DeRose: Com isso,desvenda-se a Lucidez.

Dháranású cha yogyatá manasah 2-53

Eo[yogin adquire ]aptidão mental para concentração.

DeRose : E a mente torna-se mais apta para concentração(dháraná)

Swa vishayásamprayôgê chittasaya swarúpánukára jvêndriyánám pratyáhárah 2-54

O recolhimento dos sentidos é como que a imitação da forma essencial da constancia [por parte] dos orgãos dos sentidos ,que são separados dos seus objetos.

DeRose:Quando os sentidos já não estão em contato cpm seus objetos e assumem a própria natureza de chitta, isto é pratyáhára.

Tatah paramá vashyatêndriyánám. 2- 55

Daí [resulta] a suprema obediência dos orgãos dos sentidos.

DeRose: Com isso, obtem-se total controle dos sentidos.